Moçambique: 5 livros que me ajudaram a comunicar melhor

Comunicar num contexto que não é o nosso, originalmente, é um desafio contínuo para quem trabalha com interlocutores internos ou externos. Tive a felicidade
Mozambique

Comunicar num contexto que não é o nosso, originalmente, é um desafio contínuo para quem trabalha com interlocutores internos ou externos. Tive a felicidade de conhecer a literatura moçambicana ainda antes de pisar o solo da Pérola do Índico mas, depois de estar a trabalhar há alguns anos em Maputo, consigo identificar cinco livros que me ajudaram a comunicar melhor.

  • Pensatempos, Mia Couto

Foi o primeiro, sem ser de ficção literária, que li de Mia Couto. Uma colectânea de textos, ora de opinião, crónicas ou intervenções, que fizeram com que viajasse até ao quotidiano moçambicano sempre com um olhar global. As análises passam em revista diversos temas e denotam um sem número de preocupações do escritor em relação a Moçambique.

Com a leitura deste livro consigo conhecer algumas das vozes da sociedade e diferentes visões sobre um país tão rico. Aqui, Mia Couto questiona alguns preconceitos e ideias estabelecidas de um mundo em mudança, e isto sempre no regime de criação de neologismos.

  • A Confissão da Leoa, Mia Couto

De todos os romances de Mia Couto este é o meu favorito. Pelo contexto – norte de Moçambique – pela questão da caça das leoas. Pelos diálogos, pela criatividade das palavras de Mia Couto, pela escrita e principalmente pela viagem que ele nos proporciona.

  • Orgia dos loucos, Ungulani Ba Ka Khosa

Um livro escrito no início da década de 90, relata algumas das tragédias naturais que mais devastam Moçambique: as cheias. Através de nove narrativas, Ba Ka Khosa fala de situações diárias, especialmente em momentos limite, sobrevivência, inclusive.

  • Maria, José Craveirinha

Um livro publicado um ano depois do meu nascimento. Brinco e na vaidade, costumo afirmar que José Craveirinha é o meu alter-ego literário moçambicano porque além de ser mulato – e de ter escrito sobre isso – era filho de pai algarvio (eu sou algarvia).

Curioso, porque nunca fui grande adepta de poesia mas, a obra de Craveirinha é tão real, que se torna viciante. Comprei o seu livro pelo título, Maria, o nome da minha mãe. Pela piada, encontrei uma das palavras que mais me tocou. Foi o primeiro autor africano galardoado com o Prémio Camões e nos dias que correm continua a ser considerado o maior poeta de Moçambique.

  • Na Mão de Deus, Paulina Chiziane

Foi através das palavras de Chiziane que descobri o misticismo moçambicano. Há coisas que só sentimos quando aterramos em Moçambique e o misticismo é uma delas. Através da obra de Paulina Chiziane compreendi não só como é que o papel feminino é encarado mas, principalmente, como é que a cultura tradicional é interpretada pela sociedade.

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