Como gerir o stress de forma saudável, de forma a que ele apenas aconteça em situações inevitáveis? Depois de nos ter ensinado como identificar o stress acumulado, Filipa Vilhena, publicitária moçambicana, dá agora dicas de como o gerir.
- Rotina e a força do Hábito.
São precisos 21 dias para interiorizarmos um hábito. O nosso cérebro é um músculo que cria ligações neuronais, caminhos criados pelos nossos hábitos. Hábitos podem ser muitas coisas. Como tal, podem ser saudáveis ou contribuírem para mais triggers de stress.
Avaliar a nossas emoções e reações físicas a esses hábitos pode ser muito útil para distinguir aquilo que nos faz genuinamente bem daquilo que nos está a prejudicar.
Criar um journal, onde podemos registar estas emoções, pode ser bastante interessante para perceber os nossos hábitos e os padrões de stress associados aos mesmos.
Uma vez que este exercício seja feito, é revermos a nossa rotina, de forma a a tornar mais produtiva e leve.
- Mindset
A forma como encaramos a vida e os seus desafios. A cada desafio que nos é apresentado temos a possibilidade de escolher a forma como o vamos solucionar. É fundamental que esta percepção de que existe um poder de escolha, esteja sempre presente.
Ainda dentro do tema mindset, devemos cultivar uma cultura de pensamentos positivos e objectivos. Praticar a gratidão e escolher a positividade, mesmo que seja difícil ver o copo meio cheio.
Exercitar a mente para ser mais solution driven e menos problem driven.
- Definir bem os nossos limites
Quando vivemos uma dicotomia em que, por um lado, vestimos uma máscara social e, por outro, vivemos secretamente a nossa verdade, acabamos por ultrapassar os nossos limites motivados pelo medo de sermos julgad@s.
Ser verdadeir@ à nossa essência é essencial. Esta é a nossa única particularidade. Sermos nós mesm@s, porque não existe alguém igual. Por isso, quando escolhemos esconder quem somos, estamos a contribuir para que os nossos níveis de stress e ansiedade escalem.
Viver a nossa verdade e definir bem os nossos limites perante os outros é fundamental para uma saúde mental equilibrada. Permite-nos ter um bom balanço entre a nossa vida profissional e pessoal.
- Trabalhar a nossa comunicação e o vocabulário das emoções
Sermos capazes de expressar aquilo que estamos a sentir é mais desafiante do que parece. Especialmente se pensarmos na importância que assume comunicá-lo de uma forma clara, objectiva e num tom que não seja mal interpretado.
É um exercício diário trabalhar a nossa comunicação. É uma excelente forma de gestão de expectativas.
Em paralelo, é importante estudarmos e aprendermos a interiorizar um vocabulário mais completo das emoções.
A imagem abaixo é a roda das emoções e, para muitos, ainda é uma surpresa muito grande perceber que o círculo de emoções representado no meio se pode desconstruir em muitos outros que são cruciais para o nosso entendimento do que sentimos e, portanto, saber como agir perante determinada emoção.
- Praticar Desporto
Quando praticamos desporto libertamos hormonas que nos ajudam a ter aquela sensação de bem-estar, nomeadamente a dopamina, a serotonina e a endorfina. Nesse sentido, a prática de desporto estruturado e regular assume-se como a forma mais eficaz para controlar o stress diário.
É importante analisarmos qual é o tipo de exercício que nos faz sentir melhor. Para uns/umas poderá ser yoga e para outr@s kickboxing, mas não se preocupe, está tudo certo.
- Self-care
Parece cliché, mas não é. Tirar tempo para nós própri@s é essencial. E não existe mau self-care. Self-care é o que nós quisermos, é o que nos fizer sentir bem.
Há várias formas de o fazer, mas deixo aqui o meu top 10:
- Ler – Sinto que nos permite silenciar a mente e viajar num mundo imaginário.
- Música – criar playlists de mood boosting. Quem nunca? É vida!
- Detox de social media – precisamos para voltar à terra e perceber que a vida não está num ecrã.
- Conectar com a Natureza – fazer trilhas, acampar na praia.
- Pintar ou praticar qualquer arte plástica – Mandalas ou, para quem tem jeito, pintura livre mesmo.
- Meditação – escolher o melhor momento do dia. Podem ser 5 minutos. O importante é tentar.
- Nadar – no mar, no rio ou mesmo na piscina.
- Journaling – Escrever sobre aquilo que nos apetecer. Escrever para materializar os nossos pensamentos e desapegar deles.
- Estar com os nossos amigos – Estar com quem nos torna mais leves.
- Dançar – Quem nunca pôs música aos berros e dançou na sala mesmo? Tudo vale quando é para descomprimir.
- Terapia
Esta é capaz de ser a dica mais importante de todas. Saber pedir ajuda. Mesmo sem termos grandes níveis de stress e ansiedade, terapia é sempre saudável, porque nos obriga a parar e conectar com as nossas emoções. Em caso de stress acumulado, ainda mais importante é.
É fácil sermos empurrados pelos acontecimentos da vida e a terapia obriga-nos a abrandar e a avaliar se estamos no caminho certo.
A vulnerabilidade não é uma fraqueza. Ser-se inteiro é cada vez mais difícil e desafiante. É uma escolha diária conectarmo-nos connosco e estarmos atentos aos sinais de stress e ansiedade. Não há trabalho ou circunstância na vida que valha se não nos acrescentar valor ao nosso-dia-a- dia.
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