Custa a acreditar?

A verdade é essa. Nos dias que correm, cada cidadão tem à sua disponibilidade um sem número de ferramentas que fazem dele um possível criador de conteúdos. Começando pelos dispositivos tecnológicos, como é o caso dos smartphones, os tablets ou as máquinas digitais: é mais fácil conseguir produzir conteúdo porque os suportes são mais diversificados, mais baratos, mais adaptáveis, mais móveis e mais intuitivos.

Depois, as plataformas de divulgação ganharam uma abrangência tal, com o crescimento do mundo digital, que alterou os próprios paradigmas de comunicação: os jornais equipararam-se a media digitais que se desdobram hoje em blogues e/ou redes sociais – tumblr, facebook, linkedin – e/ou muitos outros suportes que permitem que os cidadãos possam criar, editar e publicar a sua informação.

Esta facilidade em criar provoca uma pluralidade de conteúdos que felizmente dá-nos mais informação para compreender o que se passa à nossa volta. Contudo, e porque nem tudo é um mar de rosas, veio banalizar o tratamento da informação levando a que quem a consome, acabe por o fazer de forma superficial.

Digitalmente, qualquer pessoa pode criar conteúdo e, mais importante que isso, consegue fazer com que essa comunicação chegue eficazmente a quem quer que seja, independentemente da plausibilidade e rigor da informação transmitida. Como consumimos a informação de forma muito mais fugaz e impermeável, acabamos por tomar como verdade coisas que não o são.

Aos meios credibilizados, e credíveis, fica o duplo desafio: por um lado, evitar deixar-se levar pela lógica de que criar conteúdo pode ser feito de forma displicente e por outro, marcar a sua posição, tentando reinventar-se através de uma maior procura de fontes e visões para a mesma história.