A mania de guardar as boas notícias

Não digas a ninguém que tens uma entrevista. Não digas a ninguém que foste seleccionado. Não ouses escapar que foste promovido. Não contes. Não

Não digas a ninguém que tens uma entrevista.

Não digas a ninguém que foste seleccionado.

Não ouses escapar que foste promovido.

Não contes. Não partilhes. Não fiques entusiasmado. Não, não e não. Quantas vezes é que já ouviram um comentário semelhante a este? Superstições à parte, a verdade é que é recorrente (e não somente pela nossa mãe) que alguém próxima nos entregue toda a sua assertividade com um: não digas nada a ninguém até as coisas acontecerem.

É provavel que secretismo faça parte do negócio: alguém pode roubar-lhe a ideia – mas se ela for realmente boa, só quem a teve é que irá poder desenvolvê-la de A a Z; alguém pode desejar-lhe mal – e será que a pessoa dar-se-à ao trabalho de fazer algo para o prejudicar? Alguém pode simplesmente contar a toda a gente os seus planos – terá que acelerar o seu plano de negócios ou saltar alguns testes no aplicativo que está a implementar.

Na realidade, tudo pode acontecer. Já pensou que partilhar a sua ideia pode trazer-lhe insights sobre os quais ainda não tinha pensado e acabou por ficar com a ideia melhorada? Ao partilhar o seu plano, um/a amiga contabilista pode tê-lo alertado para custos que não estava a equacionar, resultando com que a revisão do orçamento a levasse a ganhar mais dinheiro?

Ou melhor, partilhar o seu sonho de trabalho pode ajudá-la a arranjar um/a investidor/a, um/a sócio ou simplesmente alguém que o ajude a melhorar. É importante valer-se de opiniões e de inputs que o farão questionar o que está a implementar. É uma entrevista? A actual colega de trabalho pode ter tido a mesma experiência e poderá dar-lhe uma dica preciosa.

Havia uma vizinha da minha avó que dizia: quem não confia, não é de confiar. A partilha de ideias ou novidades são acções que acabam por ser muito emocionais: o que me leva a partilhar isto com alguém? Vaidade? Insegurança? Ansiedade?

É tentar compreender o que nos leva a partilhar, ou não, uma novidade e perceber se queremos ser melhor, ou parecer o melhor. Na dúvida, pergunte sempre o que faria um dos seus pais. A nossa educação é sempre um bom barómetro; para o bom, e para o mal.

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