A Julieta e eu. E como as histórias de trabalho se baseiam em relações

A Julieta é a minha esteticista há 7 anos. Desde que cheguei a Moçambique que é ela que trata de mim. Ela conhece os
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A Julieta é a minha esteticista há 7 anos. Desde que cheguei a Moçambique que é ela que trata de mim. Ela conhece os meus horários, sabe, de antemão, qual é o serviço que vou precisar e o momento exacto em que ele será necessário, conhece a minha linguagem corporal e tanto uma como a outra já nos devemos dinheiro por falta de pagamento ou de troco.

E de que forma é que esta história encaixa aqui? Porque esta história é, sem querer uma história de trabalho. Sem querer, apercebi-me que a relação laboral que tenho com a Julieta é a mais antiga desde que estou no mercado moçambicano. Independentemente dos meus horários e dos sítios onde trabalhei, mantive-me fiel aos serviços da Julieta.

A Julieta manteve-me fiel aos seus serviços.

E também ela mudou de local, de preços e de sociedade. A verdade é que, quer queiramos ou não, as ligações de trabalho sustentam-se muito mais da relação existente entre as partes do que aquilo que gostaríamos, teoricamente. É igualmente verdade que, uma relação de trabalho é constituída pela confiança (proveniente da duração da ligação, naturalmente), pela competência (a qualidade dos serviços da Julieta) e pela conveniência (de preço, de local ou de horário, neste caso) . Nem sempre estas três características tiveram o mesmo peso, mas é certo que hoje em dia, são alicerces para que a nossa relação de trabalho funcione.

Embora nem sempre isso aconteça. Confiar em alguém demora tempo:

  • Será que ela sabe o que está a fazer?
  • Será que é boa profissional?
  • Será que não vai estragar o trabalho que foi feito anteriormente?

E a resposta à competência pode surgir das mesmas perguntas, enquanto que a conveniência pode ser a razão que vai proporcionar ocasionalmente a escolha do serviço, mas não a fidelidade.

Numa fase inicial, eu tive que confiar na Julieta. Precisava dos serviços dela, tinha poucas referências no mercado. Aos poucos, isso mudou. Pela sua qualidade, foi-me percebendo como cliente e explorou cada uma dessas coisas ao seu favor. A minha necessidade alimentou-se da confiança construída e da qualidade dos serviços da Julieta e hoje eu sou uma cliente fiel.

Esse processo, meus caros, leva tempo. Garantir que ambas se conhecem o suficiente para saber o que contar e como contar, saber a margem de progressão, saber que o que foi pago a mais não ficou perdido e o que não ficou pago será resolvido.

Conhecer que os dias maus passam e que a técnica nunca se irá sobrepor à índole. Isto porque há um dia em que a técnica pode ser mais ou menos mas a vontade de fazer melhor na vez seguinte vai manter-se. E isso é competência.

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